Oi
do blogo do Jomar
O que penso sobre o Apache OpenOffice.org: Um convite ao trabalho
colaborativo !
http://homembit.com/2011/06/o-que-penso-sobre-o-apache-openofficeorg-um-convite-ao-trabalho-colaborativo.html
Vi em @homembit
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Beijins
Fa
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"Computação não se relaciona mais a computadores. Relaciona-se a viver."
- Nicholas Negroponte
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Ubuntu User number is # 32559
Se houver documentos de escritório anexados neste e-mail,
eles poderão estar no formato ODF,
um padrão aberto, gratuito e homologado pela ISO e ABNT.
Para visualizar ou editar, basta copiar e instalar o LibreOffice em
http://www.documentfoundation.org/
Cansou de vírus, pragas virtuais, travamentos e falta de desempenho?
O melhor anti vírus é usar Linux :)
Conheça o novo Ubuntu 11.04! http://www.ubuntu-br.org/
O que penso sobre o Apache OpenOffice.org: Um convite ao trabalho
colaborativo !
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June 17th, 2011
Acredito que muita gente já está sabendo no dia 1 de junho a Oracle
anunciou a doação do código fonte e da licença de marca do
OpenOffice.org para a Fundação Apache. Inicialmente o projeto foi
recebido pela incubadora da Apache, e logo após o anúncio a discussão
começou por lá.
Eu estou acompanhando e participando das discussões na lista da
incubadora da Apache desde o primeiro dia, e me inscrevi como commiter
do projeto logo no início. Para terem uma ideia melhor do que significa
“acompanhar” a lista de discussões da incubadora da apache, tivemos um
pico de quase 400 e-mails por dia durante o primeiro final de semana de
discussões (sim, quase 800 e-mails para ler em um final de semana).
Após alguns dias de discussão, na última segunda feira (13/06) o projeto
foi aceito por ampla maioria na incubadora da Apache e é agora um
projeto incubado (chamado de podling dentro da Apache), e temos muita
gente trabalhando bastante por lá para que ele se torne um projeto
graduado em breve. A proposta de projeto pode ser acessada aqui, e a
página do projeto incubado aqui. Como podem ver, ainda estamos acertando
toda a infra do projeto por lá, e muitos dos commiters citados na
proposta ainda não efetivaram suas contas, processo que deve levar mais
alguns dias (a minha mesmo está na etapa final).
Gosto de ver que temos atualmente no projeto muita gente nova e disposta
a ajudar, mas também muita gente que trabalha no software desde os anos
90, ex funcionários da Star Division (onde o StarOffice foi criado), Sun
e Oracle, agora contribuindo de forma individual. São pessoas que
passaram grande parte da sua vida trabalhando neste projeto e portanto
para eles este não é “mais um” projeto… Acredito que o compartilhamento
e o nivelamento de conhecimentos por lá será grande, e isso vai reduzir
bastante a curva de aprendizado para os “novatos” como eu no projeto.
Não vou discutir aqui a decisão da Oracle de doar o código para a
Fundação Apache ao invés de entregar a outra fundação qualquer (como a
The Document Foundation, que mantém o LibreOffice), muito menos sobre a
especulação de que a IBM está por trás desta iniciativa (estes foram
tópicos mais do que debatidos durante os primeiros dias de discussão,
dado que muita gente foi pega de surpresa pelo anúncio).
Não entro nestes detalhes, pois acredito que seja perda de tempo
discutir o passado, e prefiro encarar as coisas desta forma:
- A Oracle doou o código e a licença de marca à Apache, e isto é um
fato.
- Pelo que sei sobre a estrutura decisória dentro da Oracle, a
única lei que vale por lá é a “Lei de Ellison” e portanto duvido que IBM
ou qualquer outra empresa tenha tanto poder de influência assim sobre eles.
Falando em Ellisson, escrevi um artigo há alguns meses com minhas
impressões sobre ele e sobre o “mal” que ele poderia fazer a todo o eco
sistema FLOSS, e vejo que a doação agora em questão minimiza um pouco
este dano. Se olharmos as possibilidades, a Oracle podia muito bem ter
decidido simplesmente enterrar o projeto e sua licença de marca.
Deixando de lado o passado, evitando discussões que literalmente não vão
nos levar a nada e só nos causar perda uma de tempo e de talento enorme
(além de deixar algumas cicatrizes complicadas), quero falar um pouco
aqui sobre os motivos que me fazem acreditar que o Apache OpenOffice.org
pode sim ser uma excelente notícia para toda a comunidade.
Um dos artigos que resume muito bem algumas coisas que penso a este
respeito foi escrito pelo Rob Weir em seu blog, e o recado lá pode ser
resumido de forma bem rápida: A real disputa de mercado não é entre a
suíte de escritório em FLOSS A, B ou C, mas entre as suítes de
escritório em FLOSS e a suíte de escritório proprietária que ainda reina
absoluta no mercado. No final das contas, a disputa aqui é entre a
proliferação e adoção maciça do padrão ODF versus os padrões
proprietários e o nosso velho amigo OpenXML (que aliás está agora em uma
fase bem complicada, uma vez que a Microsoft perdeu o processo para a
i4i na Suprema Corte Norte Americana há alguns dias).
Eu acredito que o Apache OpenOffice.org (AOOo a partir de agora neste
texto) possa se tornar em breve algo como um “kernel” de suíte de
escritórios que poderá ser reutilizado por diversas empresas e
organizações em pessoas no mundo todo. Poderá ser utilizads como está,
ou complementada com outras funcionalidades.
Imagino um futuro do AOOo, muito parecido com o próprio kernel Linux,
mantido e desenvolvido de forma colaborativa por uma fundação, utilizado
por comunidades e empresas no mundo todo para a criação de
“distribuições” específicas para cada necessidade ou nicho de mercado.
Não vou entrar aqui na discussão filosófica sobre a Licença Apache V2
versus a GPL, pois como já disse, o OOo na Apache é fato consumado, mas
entendo que o resultado de mercado será a participação de mais empresas
no ecossistema e a volta real de competitividade na indústria de suítes
de escritório.
Isso para mim é algo inédito na indústria de TI, pois devido ao
monopólio de fato de mercado vivido na área, pode-se considerar que a
indústria de suítes de escritório praticamente foi extinta há alguns
anos, e foi o OpenOffice que de fato evitou a extinção deste setor. A
ida do projeto para a Apache, na minha opinião, vai agir como um
catalizador e permitir que a competição realmente volte a existir neste
setor, que agora renasce das cinzas através de um “core” em Open Source.
Olhando finalmente para o projeto, eu acredito que o código fonte do
AOOo poderá ser reestruturado para que possamos ter uma arquitetura que
permita sua reutilização por outros projetos (como o próprio
LibreOffice) de forma bem modularizada. É como uma loja de componentes
eletrônicos, onde você escolhe os componentes que quer (ou precisa)
utilizar, integra-os de forma a atender às suas necessidades (ou às
necessidades de seus usuários) e faz o que bem quiser com o produto
final. Gosto da licença permissiva da Apache de, pois na realidade a
imensa maioria dos desenvolvedores que estão por lá querem na verdade
uma única coisa: Que o software seja utilizado no mundo todo !
Com base nesta ideia de modularizar o software, eu elaborei o diagrama
abaixo que é a minha visão de onde poderemos chegar um dia com o
projeto. Reforço aqui que esta é a minha visão e de forma alguma a visão
dos demais membros do projeto, e uma vez que uma das regras por lá é “é
mais fácil pedir desculpas do que autorização”, publico a minha ideia
aqui no meu blog sem ter discutido ela com ninguém por lá.
Acredito que termos um core com as funções primordiais das aplicações da
suíte é algo extremamente óbvio, e também é óbvio imaginar que este core
não é um bloco monolítico como representado neste diagrama, mas a ideia
aqui é mostrar que todos os objetos e funções de processamento dos
documentos em memória fiquem centralizados em um único local.
Gosto da ideia de separar a interface gráfica do projeto (GUI) do
restante, pois podem existir requisitos ou casos de uso onde uma
interface simplificada ou diferenciada seja necessária.
A existência de um mecanismo para extensões e plug ins bem definido é
fundamental para que se possa complementar o software com qualquer
extensão necessária, e normalmente estas extensões atendem a requisitos
de um grupo de usuários específicos, como o verificador gramatical da
Língua Portuguesa. É através deste mecanismos que veremos inovações
serem incorporadas ao projeto com a velocidade da luz, e tenho plena
confiança de que a comunidade de FLOSS vai se beneficiar disso, uma vez
que o conhecimento técnico e o tempo necessário para escrever uma
extensão são infinitamente menores do que o conhecimento e tempo
necessários para modificar o “core” da suíte de escritório.
Linguagens de script são muito utilizadas hoje em dia, e tenho certeza
que a linguagem de script da moda daqui a cinco anos ainda não foi
criada. Por isso mesmo eu acredito que um mecanismo de suporte a scripts
seja interessante, pois através dele será possível a utilização de
scripts em diversas linguagens manipulando objetos e funções dentro do AOOo.
O Ooo já possui o UNO, um conjunto de APIs muito utilizado por diversos
desenvolvedores, e acredito que ele deve ser continuado e complementado,
dado que existem atualmente diversos casos de uso onde sua utilização é
fundamental (um deles: usar o Ooo como servidor para conversão de
documentos).
Gosto de ideia de ter o ODF Toolkit desenvolvido junto com o OOo dentro
da Apache, mas esta decisão ainda não foi tomada por lá. Para quem não
conhece, o ODF Toolkit é um conjunto de ferramentas e bibliotecas
desenvolvidas há alguns anos para a manipulação de documentos ODF sem a
dependência de uma suíte de escritório.
Para que possamos ler e escrever os documentos, os filtros são mais do
que necessários, e vale a pena lembrar de que funções como Assinatura
Digital e Criptografia podem ser feitas nesta camada.
Temos ainda a necessidade de ter a documentação do projeto bem
elaborada, de manter o suporte nele a diversos idiomas e gosto da
possibilidade de podermos fazer um “rebrandind” do software todo. Esta
ideia do “rebranding” é basicamente centralizar todas as strings com o
nome do produto (ex “Apache OpenOffice.org”) em um único local, pois se
amanhã eu quiser utilizá-lo para gerar o “Jomar’s Office” ou a TDF
decidir usa-lo como base do “LibreOffice”, tudo seja feito de forma
simplificada.
Quando pensei nesta proposta de arquitetura, pensei ainda na forma pela
qual poderemos organizar o desenvolvimento do software, uma vez que em
cada uma destas caixinhas existem conhecimentos e expertise específicos
e com isso, poderemos manter desenvolvedores focados em pontos
específicos do desenvolvimento (cada um dá o seu melhor naquilo que
gosta e é capaz de fazer), e ainda conseguiremos manter tudo funcionando
de forma integrada.
Não coloquei ali nenhuma atividade referente a marketing, treinamento e
suporte, pois acredito de verdade que estas são três funções específicas
de cada país e para cada caso de uso da suíte, sendo funções muito
dependentes da cultura local, e portanto, defendo o modelo onde os
projetos nacionais sejam mantidos “como sestão” e que tenham
representantes trabalhando de verdade dentro da Apache. O mesmo
raciocínio vale para os esforços de localização do produto.
Para concluir, eu acredito que estamos nos arrumando na nova casa para
poder trabalhar nas próximas décadas com o OpenOffice, e acredito que
toda a indústria vai se beneficiar deste novo arranjo. Entendo e
respeito a chateação de algumas pessoas e grupos neste processo de
transição, mas não tenho dúvidas de que o bom senso vai prevalecer e que
vamos unir as forças para continuarmos nossa batalha.
Algumas pessoas já me perguntaram o que exatamente eu quero fazer por
lá, e a resposta é simples: quero fazer o que eu PUDER e o que o projeto
PRECISAR. Ajudar é atender à necessidade do outro, e não agir de acordo
com a sua própria vontade (se conseguir conciliar ambos, perfeito !)
Estarei palestrando no FISL 12 no final deste mês, e não consegui um
espaço na grade do evento para tratar do Apache OpenOffice.org
especificamente, mas estarei por lá durante todo o evento pronto para
discutir o projeto com quem tiver interesse em participar. Estou também
à disposição aqui no Blog para qualquer esclarecimento necessário, e
convido a todos a participar conosco neste projeto.
PS.: Não vou responder questões filosóficas nem sobre os “por quês” do
passado nos comentários. Se pensa em tocar nestes assuntos aqui, por
favor leia isso antes. Já aprendi uma lição valiosa na Apache: por lá,
troll ganha crachá bem rápido !
Filed under: Interoperability, ODF, OOo, Português Article tags: Apache
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